Doenças oculares em pets

Mundo Canino

Doenças oculares em pets: como prevenir e cuidar da saúde dos olhos do seu animal de estimação

Você já observou seu cachorro ou gato coçando muito os olhos, piscando repetidamente ou esfregando o rosto nos móveis? Esses sinais, que muitas vezes passam despercebidos pelos tutores, podem indicar mais do que uma simples mania. De acordo com especialistas em comportamento animal, como o zootecnista e médico-veterinário Alexandre Rossi, conhecido como Dr. Pet, sintomas como vermelhidão, secreção constante e irritação ocular podem estar relacionados a doenças físicas ou até mesmo a fatores emocionais.

Entender essas diferenças é essencial para garantir o bem-estar físico e emocional dos animais de estimação. A saúde ocular dos pets influencia diretamente sua qualidade de vida e, quando negligenciada, pode resultar em dor, desconforto e até mesmo perda parcial ou total da visão.

Comportamento x Doenças oculares em pets

Problemas oculares, como úlceras de córnea, catarata e glaucoma, são mais comuns do que muitos tutores imaginam e podem provocar mudanças significativas no comportamento do animal. Um cão ou gato que antes era brincalhão pode se tornar apático, evitar passeios ou até rejeitar brinquedos que antes despertavam seu interesse.

Essas alterações comportamentais são sinais de alerta. Identificá-las precocemente permite buscar atendimento veterinário especializado, aumentando as chances de um tratamento eficaz e menos invasivo. Além disso, doenças oculares não tratadas podem gerar complicações graves, como perda de visão, dor crônica e comportamentos depressivos ou agressivos.

Segundo Dr. Pet, a chave está na observação diária: “Animais que sentem dor nos olhos tendem a mudar seu comportamento. Alguns se isolam, outros ficam mais irritados. Reconhecer essas mudanças ajuda a diferenciar um quadro físico de um problema comportamental”.

O ambiente e a saúde ocular dos pets

O ambiente em que o animal vive exerce grande influência sobre a saúde dos olhos. Lugares com excesso de poeira, fumaça, mofo ou produtos químicos agressivos podem irritar os olhos, levando a secreção constante e desconforto.

Um exemplo comum é o hábito de alguns cães de colocar a cabeça para fora da janela do carro durante passeios. Apesar de parecer divertido, essa prática expõe os olhos ao vento, poeira e poluentes, aumentando o risco de ressecamento, irritação e até lesões na córnea.

Mudanças na rotina ou na casa, como reformas, presença de novos móveis ou até a chegada de outro pet, também podem estressar o animal. O estresse, por sua vez, pode intensificar comportamentos ligados ao desconforto ocular, como esfregar o rosto em superfícies ou piscar em excesso.

Raças mais propensas a doenças oculares

Algumas raças de cães e gatos possuem predisposição anatômica a problemas oculares. Entre elas:

Raças de pelos claros, como Shih-Tzu, Maltês, Poodle e Buldogue, além de gatos Angorá, apresentam frequentemente manchas escuras abaixo dos olhos devido ao excesso de lágrima. Esse desconforto pode deixar os animais mais ansiosos ou irritadiços.
Braquicefálicos (com focinho achatado), como Pugs, Buldogues, Persas e Himalaios, têm olhos mais expostos e um canal lacrimal estreito. Isso dificulta o escoamento da lágrima, resultando em secreção constante e maior vulnerabilidade a infecções.

Nesses casos, a atenção com a higiene ocular deve ser redobrada.

A importância da higiene ocular

Manter os olhos do pet limpos é uma das formas mais eficazes de prevenir doenças e desconfortos. A frequência da limpeza depende de cada animal:

Pouca secreção: limpeza semanal é suficiente.
Propensão a acúmulo de secreção: limpeza diária ou em dias alternados é recomendada.

Além de prevenir infecções, a higienização regular contribui para que o animal se sinta mais confortável e tranquilo, evitando comportamentos repetitivos de coceira ou irritação.

Como limpar corretamente os olhos do seu pet

Transformar a limpeza ocular em uma experiência positiva é fundamental para o sucesso da rotina. Veja orientações de especialistas:

Higienização das mãos – sempre lave bem antes de iniciar.
Materiais adequados – utilize gaze ou algodão embebido em soro fisiológico, água filtrada ou solução oftálmica veterinária.
Reforço positivo – ofereça petiscos durante a limpeza para que o animal associe o momento a algo prazeroso.
Movimentos delicados – limpe do canto interno para o externo, evitando empurrar a secreção para dentro do olho.
Paciência – se o pet resistir, faça pausas e repita o processo de forma gradual.
Nunca utilize álcool, água oxigenada ou água boricada, pois esses produtos podem causar irritações graves.

A chave está na consistência. Quanto mais o tutor realizar a limpeza de forma positiva, mais fácil será manter a saúde ocular do animal.

Observação diária: prevenção é tudo

A rotina de observação é o primeiro passo para evitar complicações. Alterações sutis, como perda de apetite, sono irregular, coceira frequente ou até mudanças de humor, podem estar associadas ao desconforto ocular.

Os sinais mais comuns que exigem atenção veterinária incluem:

Olhos constantemente vermelhos
Secreção em excesso
Lacrimejamento persistente
Sensibilidade à luz
Piscadas excessivas ou fechamento involuntário dos olhos

Ao perceber esses sintomas, procure atendimento o quanto antes. O diagnóstico precoce aumenta as chances de tratamento eficaz e reduz o impacto na qualidade de vida do pet.

Cuidado físico e bem-estar emocional

Mais do que preservar a visão, cuidar da saúde ocular do pet é também zelar pelo seu equilíbrio emocional. Animais que sofrem com dor ou desconforto ficam mais vulneráveis a quadros de ansiedade, depressão e alterações de comportamento.

Para Dr. Pet, a prevenção é a melhor forma de evitar que pequenos sinais evoluam para problemas maiores: “A higiene adequada e a observação diária fazem toda a diferença. Um simples cuidado pode garantir anos de saúde e bem-estar para o animal”.

A saúde ocular dos pets merece atenção especial. Problemas aparentemente simples, como vermelhidão e secreção, podem evoluir para doenças graves quando ignorados. O olhar atento do tutor, aliado a cuidados básicos de higiene e a visitas regulares ao veterinário, é a chave para prevenir complicações.

Cuidar dos olhos do seu pet é cuidar da sua felicidade. Afinal, enxergar o mundo com clareza e conforto também faz parte da qualidade de vida dos animais de estimação.

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