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O Boom da Pet Tech no Brasil: Como a Inovação Transforma o Amor Pelos Animais de Estimação

O Boom da Pet Tech no Brasil: Como a Inovação Transforma o Amor Pelos Animais de Estimação

O Boom da Pet Tech no Brasil: Como a Inovação Transforma o Amor Pelos Animais de Estimação

O mercado pet brasileiro, já consolidado como um dos maiores do mundo, experimenta uma revolução impulsionada pela tecnologia. Startups inovadoras, as chamadas pet techs, estão redefinindo a relação entre tutores e seus animais, oferecendo soluções que unem praticidade, bem-estar e personalização em um setor que movimenta bilhões anualmente.

Em um cenário onde cães, gatos e até mesmo pets não convencionais são considerados membros da família, a digitalização e a inteligência artificial chegam para suprir as novas demandas de um público cada vez mais exigente e conectado.

O Gigante Adormecido que Acordou: A Expansão do Mercado Pet no Brasil

Não é preciso ir longe para perceber a onipresença dos animais de estimação no Brasil. Praças, parques e até mesmo o cotidiano urbano são palco da intensa convivência entre humanos e seus companheiros de quatro patas – ou asas, ou escamas. Dados do Censo do Instituto Pet Brasil (IPB) de 2021 revelam que o país abriga uma impressionante população de 149,6 milhões de pets, consolidando-se como o terceiro maior em número de animais domésticos globalmente. Com uma população humana de aproximadamente 215 milhões, é estimado que cerca de 70% dos brasileiros têm um pet ou compartilham o convívio com um.

Esse cenário afetuoso se traduz em um mercado de proporções colossais. Em 2024, o Brasil firmou sua posição como o terceiro maior mercado pet do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e da China. A Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet) estima que o setor movimentou mais de R$ 60 bilhões no último ano, e as projeções para 2025 apontam para um crescimento contínuo. Para fornecedores e empreendedores, o horizonte é promissor, mas exige agilidade e adaptabilidade às novas expectativas dos consumidores.

O Novo Perfil do Tutor e as Tendências que Moldam o Setor

A transformação mais significativa no mercado pet brasileiro não é meramente numérica, mas cultural. O status do animal de estimação evoluiu: de simples companhia, ele ascendeu à posição de membro integral da família. Essa mudança de percepção impulsiona uma demanda por produtos e serviços que vão muito além do básico, abrangendo desde rações super premium e alimentos naturais até brinquedos interativos, roupas de design, acessórios tecnológicos, produtos de higiene especializados e, claro, soluções digitais integradas.

Além da diversificação dos produtos, há um crescente interesse por pets não convencionais, como coelhos, aves, porquinhos-da-índia e répteis, abrindo novas avenidas para fornecedores dispostos a expandir suas linhas de atuação.

Para quem busca se destacar neste ambiente dinâmico, algumas tendências são cruciais:

  • Produtos Naturais e Sustentáveis: A consciência ambiental dos tutores está em alta. Há uma procura cada vez maior por alimentos naturais para pets, produtos biodegradáveis e embalagens ecologicamente corretas. Fornecedores que incorporam a inovação e a responsabilidade socioambiental em sua cadeia de valor ganham não só a preferência dos lojistas, mas também a lealdade dos consumidores finais.
  • Tecnologia e Inovação (Pet Tech): A digitalização dos lares impacta diretamente o setor pet. A demanda por dispositivos como bebedouros automáticos com filtros inteligentes, rastreadores GPS para coleiras, coleiras inteligentes com monitoramento de atividade e saúde, e brinquedos com sensores de movimento ou interatividade cresce exponencialmente. A fusão entre o bem-estar animal e a praticidade para o tutor é um pilar competitivo fundamental para as startups pet tech.
  • Personalização e Design: Produtos com uma identidade visual cativante, que permitem personalização ou que refletem o estilo de vida do tutor (seja ele “fitness”, “luxo” ou “hipster”) exercem grande apelo no mercado. A estética, a funcionalidade e a exclusividade são diferenciais que importam tanto para o consumidor final quanto para a exposição nos pontos de venda.
  • Bem-estar e Saúde Animal: A preocupação com a saúde preventiva dos pets se traduz em uma forte demanda por suplementos vitamínicos, produtos dermatológicos específicos, snacks funcionais que auxiliam na higiene bucal, e outros itens voltados para a prevenção de doenças e a manutenção da qualidade de vida. Fornecedores que investem em pesquisa e desenvolvimento, e que estabelecem parcerias com profissionais veterinários, naturalmente se posicionam à frente da concorrência.

Superando Desafios e Abrindo Caminhos: Logística e Relacionamento

Apesar do crescimento vigoroso, o setor pet ainda enfrenta gargalos logísticos, especialmente na distribuição de produtos para as vastas e, por vezes, remotas regiões do Brasil. Para os fornecedores, investir em parcerias estratégicas com marketplaces online, na criação de centros de distribuição regionais e no desenvolvimento de soluções de entrega rápida e eficiente pode ser a chave para ampliar o alcance e garantir a competitividade.

Além da logística, o relacionamento com lojistas e pet shops é um pilar estratégico que não deve ser negligenciado. Oferecer treinamentos sobre os produtos, disponibilizar materiais promocionais de alta qualidade e propor condições comerciais atrativas são ações que fortalecem a marca, estimulam as vendas e constroem parcerias duradouras.

Pet Techs: Resiliência, Inovação e o Futuro do Setor

O ecossistema de inovação no mercado pet, particularmente o segmento de pet techs, demonstrou notável resiliência. Embora 2022 tenha sido um ano desafiador, marcado por incertezas econômicas globais, as startups souberam se adaptar. Entre 2022 e 2025, o cenário se transformou: o setor voltou a atrair investimentos significativos, e as pet techs emergiram como um dos segmentos mais dinâmicos e promissores, comprovando sua capacidade de evolução.

Acompanhando a digitalização do consumo, essas startups estão criando um leque diversificado de soluções inovadoras, que vão desde plataformas de delivery de produtos para pets e serviços de cuidadores especializados até planos de saúde para animais de estimação. O objetivo é claro: atender toda a cadeia do mercado pet com produtos e serviços integrados, focados exclusivamente no bem-estar e na qualidade de vida dos animais.

Alaíde Barbosa, CEO da Capri Venture Builder, a primeira corporate venture builder brasileira dedicada ao mercado pet tech, destaca a solidez das bases para o crescimento contínuo do setor. A Capri atua acelerando startups por meio de parcerias estratégicas, fomentando o desenvolvimento de soluções tecnológicas de alto impacto. Entre os negócios em seu portfólio, destaca-se a Cãez, uma startup liderada por mulheres que oferece perfumes e cosméticos pet com tecnologia avançada e produção 100% sustentável.

Para Alaíde, conhecimento de mercado e estratégia são pilares para o sucesso empreendedor no setor. É fundamental compreender o público-alvo, cultivar a resiliência e comunicar de forma clara os diferenciais da solução. “As startups precisam mostrar evolução, impacto e o valor real que entregam na vida das pessoas e de seus animais”, enfatiza.

A capacidade de adaptação também se tornou um diferencial crucial. Em períodos de menor investimento, as startups aprenderam a otimizar suas operações, queimando menos caixa e garantindo a sobrevivência e o crescimento mesmo em cenários adversos.

A Budz, uma pet tech brasileira, exemplifica essa transformação cultural ao apostar na inteligência artificial para tutores. Rodrigo Gomes, cofundador e CEO da Budz, ressalta: “Nosso diferencial é unir tecnologia e cuidado. A inteligência artificial que utilizamos permite recomendações personalizadas e suporte em tempo real, tornando o app prático, ágil e centrado na relação entre tutor e pet.”

A Petlove é um caso emblemático de sucesso no mercado pet brasileiro. A empresa iniciou sua jornada como um negócio 100% digital e, após consolidar-se no e-commerce, expandiu suas operações para o universo físico. Marcio Waldman, fundador da Petlove, explica a estratégia: “Sabemos do enorme potencial do mercado pet. Segundo o IPB, o setor cresceu 16,4% em 2022, com faturamento superior a R$ 60 bilhões. Por isso, criamos um verdadeiro one stop shop, oferecendo um ecossistema completo de produtos, serviços e planos de saúde.” A trajetória inversa da Petlove – de nativa digital para o varejo físico – demonstra a flexibilidade e a visão estratégica necessárias para prosperar nesse mercado.

Outro player de destaque é a VetBR, que fortaleceu sua plataforma de vendas online, a VetBR ON. Essa iniciativa não apenas ampliou o alcance da empresa em um país de dimensões continentais, mas também agregou escala à operação. “A plataforma nos aproxima dos milhares de pontos de venda espalhados pelo Brasil”, afirma Antonio Fontes, CEO da companhia.

As pet techs brasileiras estão mais maduras e preparadas para demonstrar resultados concretos e atrair novos investimentos. Estabelecer uma forte presença digital, investir em diferenciais competitivos reais e manter uma equipe engajada e qualificada são fatores críticos para o sucesso sustentável. Além disso, o conhecimento aprofundado do mercado e o investimento estratégico em marketing digital são estratégias indispensáveis para continuar crescendo neste setor em plena efervescência.

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Esta matéria é um oferecimento Lumare Import